Entrei no bar que, para minha confusão, estava às escuras. Lá de fora, desde debaixo da arvore decorada com uma centena de lâmpadas, alcançava-me o vozerio da reunião de despedida regada a muita alegria e espumante. Ouvia-se o espocar duma rolha naquele exato momento, recebida com vivas em vários idiomas diferentes. Enquanto eu tateava na semiescuridão, em busca do banheiro. Para justamente deixar sair um pouco do não pouco espumante que eu havia bebido.
-- Toilet? – ouvi a voz grossa vinda dos fundos do bar. Pisquei algumas vezes até que enxerguei o Minotauro parado atrás do balcão, encarando-me.
Não sabia o nome dele. Na verdade, não tinha entendido, quando fôramos apresentados. Ao contrário de todos os outros gregos que pareciam chamar-se Nikos ou Giorgos ou Kristos, o nome dele soava estranho. E eu o havia apelidado de Minotauro porque ele era um homem enorme, extremamente forte. Ido além dos trinta anos de idade, no passado ele devia ter tido um corpo impressionante, de halterofilista, mas que àquela altura da vida estava um pouco descuidado. No entanto, isso não diminuía em nada a presença poderosa dele. Parecia que os bíceps dele iam rasgar as mangas da camisa, à medida em que fazia mero gesto displicente de enxugar um copo. O musculo peitoral, então, parecia que ia romper os botões e faze-los sair voando a qualquer instante. Eu bem que gostaria de poder ver aquele peitão dividido ao meio por um tufo de pelos, do qual tinha só um aperitivo na camisa entreaberta. Talvez nem fosse o meu ideal de corpo masculino, quase inchado e desfigurado de tão grande. Mas o rosto dele era bonito, de olhos verdes, sobrancelhas grossas, nariz de estátua, e um cavanhaque tão preto quanto os cabelos, ao redor da boca nobre, de lábios finos, que nunca sorria. E para pirar de vez, aquele homem muito másculo tinha cabelos compridos, pretos ficando grisalhos, caindo em bonitos cachos até a altura das espáduas. Para trabalhar, ele os tinha amarrado num rabo-de-cavalo, assim destacando ainda mais seu rosto quadrado.
-- Yes! –eu levara um baita susto, e tinha as duas mãos cruzadas sobre o peito, sobre meu coração disparado. Um gesto involuntariamente feminino. Se bem que não havia dúvidas do fato de que eu fosse gay, e de que o Minotauro pretendia me devorar. Por isso, na verdade, eu o havia apelidado assim. Nem tanto o porte imponente e o aspecto másculo, mas a maneira confiante com que me olhara bem fundo nos olhos, cabeça erguida e olhos apertados, ao sermos apresentados , lendo todos os meus segredos e desejos numa varredura que durou apenas alguns segundos mas foi muito fundo, enquanto apertava minha mão quase delicada em comparação à sua mãozona áspera.
-- Por aqui... – ele indicou com a cabeça. Tinha aquele mesmo olhar escrutinador, que me varria. Dos pés à cabeça, com apreciação, mas também dentro, fundo, com apropriação. Como no mito do Minotauro, em que jovens atenienses eram enviados ao Labirinto subterrâneo em Creta para serem devorados pelo Monstro, também eu sabia que seria devorado por aquele homem colossal. Embora eu fosse brasileiro, e aquela fosse a ilha de Hydra, e eu não tentaria lutar para salvar a minha vida. Meu abate era voluntário e certo; era só uma questão de momentos. E se, desde que o conhecera, ainda não havia visto o Minotauro sorrir, os olhos dele rebrilhavam de ironia, como se rissem de mim, ou de todo o mundo. Eu havia visto as mulheres, e também alguns dos homens à mesa lá fora, tentando tirar alguma casquinha dele. Então o Minotauro podia escolher. E por que eu? Ele sabia o que eu queria, quase com desespero, e estava pronto para me dar. – Mas não tranque a porta. O trinco não funciona bem, sabe?
><><
Ele nem fingiu que tinha vindo lavar as mãos na pia posta do lado de fora do reservado onde ficava uma das privadas. Puxou a porta que eu tinha deixado destrancada, segundo instruções, e já foi entrando. Sem nem bater antes, como se a casa fosse dele. Afinal, o Minotauro era o proprietário do bar. Uma vez dentro, passou o trinco, que não estava quebrado.
Tampouco eu fingi surpresa. Tinha descido a calça e cueca e exposto o meu bumbum branquinho, de modo que, primeira visão do homem que tinha vindo no meu encalço, ele foi logo me apalpando, sacudindo minha nádega apetitosa em sua mãozona. Dava para sentir pela pegada que, se não exatamente bruto, ele era rude e rústico. E estava com pressa. Afinal, tinha umas quinze pessoas na parte de fora do bar para servir. E para me servir, ele já foi tirando a pica pra fora da calça, batendo o pedaço pesado de carne e esfregando na minha bunda.
O banheiro era muito pequeno. Mal havia espaço para uma única pessoa ficar em pé mijando. Claramente o proprietário, que era um homem enorme, sabia disso, e parecia querer então nos transformar em um só, penetrando-me. Como o Minotauro não era muito mais alto do que eu, o encaixe prometia ser perfeito.
O único problema é que eu tinha entrado no banheirinho já de pau duro, e como o homem viera logo depois, na verdade eu ainda não tinha conseguido urinar. Mas como avisar? Que talvez não aguentasse dar pra ele? De qualquer maneira, ele não parecia interessado em outra coisa que não fosse vencer a resistência do meu buraquinho, contra o qual empurrava seu pau melado de saliva. Segurava-me com um braço firmemente passado à minha barriga. Apertando-a, eu sentia ainda mais vontade de fazer xixi. Mas estava concentrado em resolver nosso sério problema de espaço. Quando empinava a bunda para facilitar a investida, empurrava e imobilizava o homenzarrão contra a porta. Finalmente, ele ergueu umas das minhas coxas e, pendurando-me pela ponta de um pé só, enfim achou a posição para iniciar seu assalto.
-- Você é um garoto muito bonito! – ele ainda disse, como se quisesse me consolar e agradar, antes de iniciar o arrombamento. Sua voz grave ribombou e ecoou dentro do banheirinho, fazendo minhas pernas estremecerem de antecipação.
Eu não me importo com a maneira que os homens fazem a primeira penetração, pois passada essa fase, só o que me espera a cada vez é o imenso, absurdo, incontrolável prazer de dar o rabo. Alguns vão devagar e parando, outros vão aos poucos e continuadamente, outros ainda entram de vez, até o talo. O Minotauro encaixava-se na tipologia do arrombador, e preencheu-me num só golpe, reto adentro. Com a cabeça, o ombro e um braço apoiados contra a parede, eu tentava um precário apoio e equilíbrio, já que a primeira estocada chegou a erguer-me do chão. Mas o Minotauro me tinha preso pela coxa, e finalmente consegui fincar o pé suspenso no ar contra a parede também. E assim consegui oferecer resistência à força das investidas do macho, que de outra maneira me teriam lançado ao teto, ou para dentro da privada.
Era uma estranha sensação, a de ser preenchido por um pau (que eu sequer havia visto, mas que passava a sensação de ser especialmente grosso, com uma cabeçorra por aríete), enquanto minha própria bexiga já estava cheia. Acho que foi isso que senti. Que tinha coisa demais dentro de mim. E o Minotauro, sustentando minha perna erguida no ar, meu pé de novo balançando feito bobo, a sandália de couro a ponto de cair, conseguia assim acesso direto à minha próstata. Pressionada pela bexiga cheia, e o pau invasor, além do antebraço musculoso que me apertava a barriga, a sensação em minhas entranhas era de que algo ia explodir. E foi isso. Na quarta ou quinta estocada forte do Minotauro, eu comecei a gozar.
Tive de olhar para baixo, para confirmar. Porque era gozo e não ejaculação. Da cabeça do meu pau não brotavam jatos de porra, mas sim jatos de urina. Meu pau, que tinha ficado meia bomba, balançava de um lado para outro, quicando para baixo e para cima, e liberava uns jatos fininhos de urina. Mas assim que consegui por a mão no pau, quase me desequilibrando e caindo, e o apontei na direção da privada (bom menino que era, tinha sido ensinado a não fazer xixi fora do vaso, embora a possibilidade de estar sendo fodido enquanto mijava nunca tivesse me ocorrido), então os jatos começaram a sair fartos e ruidosos. Mas não um jato contínuo, e sim em golfadas, no ritmo das estocadas do Minotauro. E cada jato era um gozo, arrepiante, irradiando-se de dentro do meu ventre para o restante do corpo. Agora imaginem que alguém goze muita porra. Quanto é muito? Quantos jatos isso significa, você calcula? Seis, dez, doze jatos de porra? Com a urina, que parecia não ter fim, o meu gozo também parecia que não ia acabar mais. Era maravilhoso. Um orgasmo como nenhum antes outro.
Eu gemia dentro da mão do Minotauro, que largara minha barriga para tapar-me a boca. Gemer para mim não é consequência de ser bem comido. É condição! Não sou oral no sentido de falar putarias durante o sexo, mas de gemer continuadamente. Fininho, grosso, longo, curto, abafado, em uivos... De acordo com a inspiração de cada foda. Mas sempre gemendo. Mesmo em lugares públicos, o que chega a ser constrangedor, eu sei. Tantos anos compondo e praticando minha sinfonia de gemidos que eu já nem me dava conta do volume em que gritava. Meus parceiros, sim. Alguns até pediam educadamente para eu baixar a voz. Outros, era no tapa mesmo. Mas como eu não escutava nem parava, enfiavam meu rosto debaixo do travesseiro, afundavam meu rosto contra o banco do carro, davam-se todo o tipo de coisas para morder, meias, cuecas, seus antebraços, meus próprios dedos. Um pau pra chupar, no caso de um ménage. Ou um dildo, o tubo de lubrificante. Qualquer coisa para estufar-me. O Minotauro tinha simples e eficazmente tapado minha boca com sua mãozona, tirando-me quase que a capacidade de respirar pelo nariz, também.
-- Garoto, que tesão é esse! – eu finalmente ouvi o puto rir, em meio ao eco das estocadas.
O rio de mijo que brotava de mim parecia não ter fim. E à medida que eu relaxava nas inéditas sensações deliciosas, cada estocada do Minotauro correspondia a vários jatos, não mais de porra nem de urina, mas sim de orgasmo liquido. Meu pau tinha amolecido em minha mão, e embora eu tentasse segura-lo, ele balançava e pulava para todos os lados. Havia mais da minha urina fora do que dentro do vaso, escorrendo pela parede, em gotas pelo chão. Tinha tentado erguer minha linda camisa seethrough de barbante comprada ali na ilha mesmo, mas sentia que ela já estava molhada no peito. Mijo pingava do meu abdômen, do meu umbigo. Meus pentelhos, encharcados. A cueca também, e a calça. E minha perna, a urina escorrendo coxa abaixo até o joelho e para dentro da sandália. E até a calça de brim do Minotauro, e seus tênis. A área do desastre era vasta, mas o causador dele, impávido, parecia não se importar. Pelo contrario, o macho fodedor parecia divertir-se em ver meu mijo espirrar como chuveirinho por todo o banheiro do seu bar, dando-me estocadas cada vez mais fortes e fundas, tentando estimular mais do que controlar meus jatos, que não tinham fim.
-- Notis!!!! – alguém bateu com violência à porta do banheiro, chamando o Minotauro pelo nome (apelido, na verdade). Senti minha próstata e a bexiga se contraírem quando o homem tirou de um golpe só, da mesma maneira como havia penetrado, o cacete de dentro de mim. O fluxo de urina voltou a ficar fininho, e o gozo lentamente perdeu força e esvaziou-se, quando o meu cuzinho ficou vazio também.
-- Agora tenho um outro buraco para foder, garoto! – ele disse, antes de sair, e me deixar novamente só no banheiro. – Mas amanhã nós terminamos isso daqui.
A perna que o Minotauro tinha o tempo todo segurado em pleno ar, apertando-me a coxa, mostrou-se incapaz de me sustentar quando de novo tocou o solo. Descadeirado, desabei ao chão, escorando-me à privada para não chegar a deitar nas poças de mijo. Embora eu já estivesse irremediavelmente molhado mesmo.
Não havia o que fazer senão voltar para o hotel, esgueirando-me pelas ruas menos frequentadas, e subir até meu studio torcendo para não encontrar ninguém durante todo o trajeto. Apesar de estarmos perto da Lua Cheia, que rebrilhava nas paredes de branco caiado das casas, natural e lindamente iluminando o caminho, era ainda primavera na Grécia, muitas semanas antes dos primeiros sinais da alta estação. De repente, dei-me conta de que seria mais simples tirar toda a roupa e caminhar só de cueca pelas ruelas. Quem poderia dizer que eu não estivesse voltando, molhado, de um mergulho noturno no Mediterrâneo?
Talvez eu devesse fazer isso mesmo! Tanto o mergulho no Mediterrâneo quanto o voltar nu para o hotel. Hydra, além de ser famosa por ter sido o lar do Leonard Cohen, músico maravilhoso, era uma ilha tanto de armadores quanto de marinheiros. Mesmo de noite, o porto ficava cheio deles. Meu cuzinho piscava, torcendo para que algum daqueles machos do mar piscasse para mim. Com meu bonito corpo de gazela, forte porém esguio, eu certamente conseguiria tentar um ou mais deles, para continuarem de onde o Minotauro tinha sido interrompido, deixando-me satisfeito porém insaciado. Tinha muito tesão e porra dentro de mim ainda, e foi estes que deixei me guiarem para novas aventuras na madrugada grega.
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sapeka2000, o inesperado da situação é que me descontrolou... juro que fui ao banheiro porque estava muito apertado... e de repente aquele homem foi entrando sem bater, entrando em mim inclusive, e como eu precisava muito mijar... esse prazer estranho aconteceu! que bom que você gostou! muito obrigado pelo comentário e o voto!
Menino que aventura quente e intensa... Algo que mexe por dentro e descontrola... Parabéns querido... Votado Claro!!!
engmen, como você disse no seu comentário anterior, estímulo gera estímulo, e me foi sugerido por alguns colegas aqui escrever textos mais curtos... então me veio à memoria esta viagem, durante a qual, além de um tanto de sexo, também escrevi bastante... então tem mais por vir, sim, acredito. muito obrigado pelos fantasticos adjetivos, vou procurar me lembrar deles ao escrever!
Uma mescla excitante de sensações e percepções. Paradisíaco, mitológico, mundano, erótico... talento de sobra para nosso deleite! Que essa temática renda muitos frutos.
kaka, que bom que você gostou! suas palavras são muito gentis... forte e intenso são adjetivos para essa experiência mesmo :) muito obrigado!
Menino que é isso? Delícia de texto.. Intenso, forte, bem escrito, me faltam adjetivos para qualificá-lo... Votadíssimo!!!!
tito, que bom que você gostou! e que consegui passar a agonia desse prazer estranho... enxuto é meu novo lema, para esta série, embora este texto seja bem molhado... rsrsrs muito obrigado pelo comentário e pelo voto!
Texto enxuto e cheio de erotismo em estado bruto, latente. O descompasso físico do personagem dentro do banheiro é uma maravilha de descrição de um sentimento explosivo... Gostei muito! Votado!
anonimo66, durante essas ferias na Grécia eu escrevi muito. e embora não saiba onde estão os cadernos daquela época, o corpo lembra, lembra muito, então vou contando aqui... muito obrigado pela leitura e o comentário!
karalegal, como você pode ver, sugestão aceita... estou me dando um limite de palavras, rsrsrs... valeu! se bem que não é o tamanho do texto que brocha os leitores, mas o meu estilo mesmo rsrs
yant, que bom que você gostou! adorei sua descrição do texto, teria dado um titulo melhor que o meu! muito obrigado pela leitura, voto e comentário!
Gostei demais e tenho certeza que esse caminhar pela rua na noite grega vai render novas aventuras!!! Nos conte mais!!! Abraços!!! Votado!
Muito bom um texto enxuto cheio de um erotismo bruto e gostoso de se ler.. Sem perder a elegância de seu texto... Votado!
Que bom cara!!! Delícia de aventuras em terras gregas... Um menino em êxtase aprisionado num banheiro cheio de luxúria... Gostei!!! Votado.
ERRATA: ...davam-ME todo o tipo de coisas para morder... (o maurzen não está revisando esta série, então sem os olhos de águia dele tem esses erros... mas eu sou perfeccionista rsrs)
morsolix, que bom que você gostou! inspirada em acontecimentos reais, a parte delirante é a insistente recordação de um prazer louco que nunca mais se repetiu para mim...
a Grécia é muito louca. você ainda encontra pessoas que parecem saidas direto da mitologia... esse relato é baseado em fatos reais, que bom que você se colocou no meu lugar naquele banheiro... espero que você tenha gostado também! rsrsrs
O delírio de um jovem em gozo.Muito bom.
O título me deixou pensando se tratar de um conto mitológico ou algo que o valha... Mas gostei da safadeza narrada... Me senti como o personagem no banheiro...rsrsrs... Votado!